
15 Abr Setor da construção pede antecipação de concursos públicos para evitar despedimentos
A Associação de Empresas de Construção garante que as obras continuam, mas houve um abrandamento do ritmo nos estaleiros devido às novas regras de distanciamento e à falta de material.
As empresas de construção civil pedem à tutela que antecipe os concursos públicos, de forma a que o setor não sofra uma recessão depois do estado de emergência.
Em declarações à TSF, Ricardo Pedrosa Gomes, presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS), considera importante não perder “a dinâmica de lançamento de concursos e, se possível até, de antecipação daqueles que estavam previstos”.
“Nós temos insistido muito com o Governo e com os poderes públicos para que o ritmo de concursos públicos se mantenha”, explica Ricardo Pedrosa Gomes, acrescentando que esta é uma forma de preservar postos de trabalho.
“É muito importante que as empresas percebam que vão ter continuidade nas suas perspetivas de trabalho, porque isso diz às empresas que mantenham os trabalhadores”, refere.
O setor da construção não parou durante a pandemia mas “haverá um número muito significativo de redução de ritmo e de maior dificuldade na execução”.
O presidente da AECOPS, explica que o setor da construção sofreu um abrandamento, devido às regras de distanciamento, “que dão quebras de rendimento grandes na forma como se trabalha”, mas também por causa de falhas na cadeia logística, “sobretudo com materiais importados ou materiais em unidades fabris que pararam ou que reduziram a sua atividade”.
Termómetros e almoços por turnos
Ricardo Pedrosa Gomes garante que as regras de distanciamento e higiene, impostas pelo estado de emergência, estão a ser cumpridas nas obras de maior dimensão, através de leituras térmicas, da utilização de máscaras e de refeições por turnos.
Relativamente a obras e empresas mais pequenas, o presidente da AECOPS considera que “é quase impossível cumprir as regras, pelo que elas deveriam parar. Mas, para muitas dessas pequenas empresas, parar é morrer”.
O presidente do Sindicato da Construção Civil não acredita que as regras de distanciamento e segurança estejam a ser utilizadas em grande parte das obras e dá o exemplo da barragem da Iberdrola.
“É de lamentar que na maior obra pública que está a decorrer em Portugal, que é a barragem da Iberdrola, cujo dono da obra é o Estado português, há muitos trabalhadores espanhóis, que vão a casa, e estão a trabalhar lado a lado com os trabalhadores da construção portugueses e nem máscaras têm”, afirma.
Albano Ribeiro considera que os trabalhadores da construção civil devem começar a ser testados para a Covid-19 todas as semanas.
“Nenhum trabalhador devia estar a trabalhar no setor da construção sem fazer teste. E fazer o teste à segunda-feira e à sexta, para verificar”, defende.
Fonte e imagem: TSF